20120113

Google reconsidera a China

A Google Inc., que tirou seu site de buscas da China continental dois anos atrás depois de um confronto com autoridades chinesas quanto a censura, renovou seus esforços para crescer no país, num reconhecimento de que não pode se dar ao luxo de ficar fora do maior mercado de internet do mundo.

A gigante de buscas está contratando mais engenheiros, vendedores e gerentes de produto na China e trabalhando para lançar novos serviços para consumidores chineses, segundo Daniel Alegre, o principal executivo da Google na Asia.

Em particular, a Google está querendo capitalizar o rápido crescimento de seu sistema operacional Android para aparelhos móveis, publicidade on-line e serviços de buscas na China, disse Alegre ao The Wall Street Journal.

Um objetivo, segundo ele, é lançar o Android Market, que oferece milhares de aplicativos móveis para usuários de smartphones e tablets que rodam o sistema operacional Android, da Google, mas não está disponível na China.

A companhia também está tentando conquistar consumidores chineses com serviços que não requerem censura oficial, tais como o Shihui, que foi lançado em setembro para ajudar as pessoas a pesquisar sites chineses e encontrar descontos em lojas locais. A Google também está trabalhando para reforçar seu serviço de procura de produtos para ajudar consumidores a encontrar itens em varejistas on-line.

Autoridades chinesas não responderam a um pedido de comentário.
A Google está reforçando seu esforço dois anos depois de ter declarado que iria parar de censurar seus resultados de busca na China, como exigido pela lei local, e que estava preparada para sair totalmente do país.

O anúncio representou uma reviravolta em relação à política de acomodação com autoridades chineses que a Google e outras companhias ocidentais de tecnologia há muito vinham seguindo. E foi visto por muitos chineses como o início da saída total da Google do país.

O episódio começou quando a Google revelou ter concluído que hackers chineses estavam por trás de um ataque cibernético em 2009, e que eles, supostamente, roubaram códigos patenteados da companhia e tentaram espionar contas Gmail de militantes chineses. Autoridades chinesas negaram qualquer conexão com o incidente.

A Google depois parou de oferecer pesquisa em seu principal site chinês, o Google.cn, e passou a direcionar usuários para um site de buscas baseado em Hong Kong, que não está sujeito às mesmas exigências de censura.

Mas para os usuários na China continental, o site de Hong Kong, assim como outros serviços da Google, sempre caíam por causa do sistema governamental de filtragem da Web.

Apesar da Google ter fechado muitas funções na China depois que decidiu parar de censurar buscas, ela afirma que nunca abandonou o país totalmente.

A empresa ainda tem mais de 500 empregados na China, embora tenha chegado a ter 700 em 2009, segundo um ex-executivo da Google no país. Fonte The Wall Street Journal.

Narciso Machado

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