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Crise faz executivos migrarem em busca do sonho asiático

Pergunte a qualquer expatriado em Hong Kong se ele tem sido procurado por colegas de seu país de origem e a resposta será a mesma. "Quando descobriram que eu estava aqui, vários amigos disseram: 'Se aparecer alguma oportunidade, por favor avise'", diz Nancy Grimmer, uma executiva de Chicago que se mudou para Hong Kong há algumas semanas para comandar a área de marketing da consultoria de imóveis Jones Lang LaSalle na região.

Demissões e congelamento de contratações estão forçando mais americanos e europeus a olharem para o Oriente para progredir ou retomar suas carreiras. Mas recrutadores afirmam que conseguir emprego na Ásia está ficando cada vez mais difícil para quem deseja se mudar unicamente porque as opções em casa secaram.

Antes da crise financeira de 2008, os profissionais hesitavam diante da ideia de arrastar a família com eles ao redor do mundo. "Agora a reação é: 'Meu Deus, posso estar desempregado amanhã. Preciso ir para um mercado em crescimento'", afirma um recrutador. Segundo uma pesquisa feita pela agência de seleção executiva Marks Sattin, quase 8% dos trabalhadores do setor de serviços financeiros do Reino Unido se sentem "muito inseguros" em seus empregos. "Obviamente, os candidatos que nos procuram não dizem isso. Ao contrário, eles dizem que sempre desejaram vir para a Ásia", explica Anil Thadani, presidente do conselho de administração da Symphony Capital Partners, empresa de private equity de Cingapura.

E não são apenas os executivos de empresas que estão de olho no Oriente. Trevor Nunn, um diretor acadêmico britânico de escolas em Xangai e Pequim, desistiu do emprego de diretor em uma faculdade no Reino Unido e se mudou para a China há dois anos - em parte porque ele queria dar ao filho, na época com 11 anos, a chance de aprender mandarim. Ele agora está contratando novos professores da Califórnia e Irlanda que foram atingidos pelas demissões.

O crescimento da Ásia também está atraindo de volta pessoas nascidas na região que se mudaram para estudar e trabalhar

Dar esse salto, porém, não é fácil. "As pessoas com boa experiência em mercados mais maduros têm uma concepção errada de que será fácil conseguir um emprego", afirma Nick Lambe, diretor-gerente da recrutadora Morgan McKinley em Hong Kong. "Isso pode ser verdade em posições que exigem competências específicas, mas não é uma regra geral."

Habilidades culturais e de idiomas continuam sendo cruciais - ainda mais em razão do crescimento doméstico da China e de outros países da Ásia. Muitas companhias interessadas em se expandir na China estão agora concentradas nas chamadas cidades de segunda e terceira linha. Elas podem ter mais moradores que Paris, embora sejam pouco conhecidas pelos estrangeiros. O crescimento da Ásia também está atraindo de volta pessoas nascidas na região e que se mudaram para os Estados Unidos ou para a Europa para estudar e trabalhar. Chamadas de 'returnees', elas são as mais procuradas pelas empresas. Além de conhecer as nuances do mercado local, são mais baratas de contratar do que alguns estrangeiros, e mais fáceis de serem mantidas.

Embora a criação de empregos em mercados como Hong Kong esteja mais acelerada que no Ocidente, a região não está escapando incólume. O HSBC, que já disse que pretende contratar funcionários na Ásia, recentemente revelou planos para a eliminação de funções de apoio em Hong Kong. Outros bancos da cidade afirmam que seus escritórios congelaram extraoficialmente as contratações.

Então, o que um candidato a expatriado precisa fazer? A melhor maneira talvez seja a mais óbvia: simplesmente vá para a Ásia, sugere Thadani. "Se você está realmente decidido, então se comprometa e passe seis meses por lá para ver o que consegue", diz. "Você poderá pesquisar pessoalmente e descobrir quais são as oportunidades mais interessantes". Aqueles que não gostam de assumir riscos ou não têm cacife financeiro para a mudança sem uma oferta firme de emprego estão usando as férias como oportunidade para estabelecer conexões 'in loco'. Taylor Dixon, hoje um operador de vendas em Hong Kong, trabalhava no turno da noite em uma mesa de negociações de Montreal voltada para a Ásia. Em uma folga no trabalho, visitou Hong Kong e em três dias realizou quase 15 entrevistas agendadas antecipadamente por meio de seus contatos. Ele conseguiu uma proposta formal e se mudou no primeiro semestre. Agora, está recebendo e-mails de amigos e de amigos dos amigos, todos interessados em tentar algo na região.

Zoe Henham, diretora de recursos humanos da CLSA, corretora cujos negócios estão voltados para a Ásia, alerta que os potenciais funcionários podem se sair mal nas entrevistas se seu interesse for percebido como oportunismo de curto prazo. "Os empregadores não estão procurando alguém que só quer ficar por um ano, em razão do momento ruim do mercado de trabalho na Europa", diz. O interesse precisa ser autêntico.

Normalmente os contratos são fechados pessoalmente, mas fazer uma boa pesquisa é crucial. Conversar com colegas que já trabalharam na Ásia pode ajudar a moldar suas expectativas. Ofertas de trabalho pela internet também podem ajudar a entender melhor um mercado distante. A pesquisa da Marks Sattin constatou que sites como o eFinancialcareers foram a fonte mais útil para aqueles em busca de novas posições no mercado de serviços financeiros.

Candidatos a emprego que esperam que Hong Kong e Xangai sejam parecidas com Nova York ou Londres vão ter dificuldades mesmo que consigam a vaga, afirma Henham. Estar afastado do centro de decisões, as diferenças culturais e o desafio da mudança de endereço para a família podem ser um grande problema para muitos.

A Ásia, por outro lado, ainda é um mercado em crescimento que enfrenta uma grande falta de mão de obra capacitada em diversos campos. Há boas oportunidades em cargos que exigem habilidades técnicas ou conhecimentos específicos. Os recrutadores aconselham, desse modo, manter a mente aberta. Alguns candidatos vêm aceitando empregos em mercados menores como as Filipinas para aprender mais sobre a região. Outros estão recebendo salários menores ou entrando em cargos inferiores para se qualificar e tentar uma promoção posteriormente.

Nancy Grimmer tinha uma experiência limitada na Ásia, mas trabalhou nos últimos dez anos ajudando empresas a administrar propriedades espalhadas pelo mundo. Assim que seus filhos cresceram, ela buscou uma transferência para o escritório da companhia em Hong Kong. Mas a próxima geração de expatriados poderá se parecer mais com a filha de Nancy. Formada recentemente na universidade, ela estudou chinês, fez um estágio em Cingapura e também espera trabalhar na Ásia. Fonte Financial Times. Jornal Valor.

Como se preparar para uma mudança

- Contatos, contatos e contatos. Uma mudança internacional é muito mais do que uma troca normal de emprego. Ser indicado por um colega é a melhor maneira de convencer um recrutador a ver o currículo como digno de credibilidade.

- Faça um reconhecimento. Visitar a nova cidade e conversar com empregadores locais, mesmo aqueles que não estão contratando, ajudará você a escolher o emprego certo.

- A família em primeiro lugar. Mudar de país é sempre mais difícil para o marido, a esposa ou os filhos que estão sendo levados juntos. Garantir que eles terão ocupação ou escola na nova cidade ajudará a evitar o descontentamento da família.

- Faça uma aposta ampla. A China é o maior jogo, mas não é o único. A falta de profissionais capacitados em mercados com crescimento acelerado como o Sudeste da Ásia está criando oportunidades que estão sendo subestimadas.

- Seja realista. A Ásia continua crescendo mais rápido que os Estados Unidos e a Europa, mas a desaceleração do comércio mundial e as preocupações com o contágio da crise na zona do euro significam que as contratações estão diminuindo até mesmo por lá. Aqueles que esperam avançar na carreira (ou salvá-la) indo para o Oriente vão perceber que conseguir um emprego pode ser mais difícil do que imaginavam. Fonte Financial Times. Jornal Valor.

Um comentário:

Suraj disse...

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