20110405

REDES SOCIAIS - Quando a balada fica famosa, é hora de mudar

Com faturamento estimado em US$ 2 bilhões, tema de filme indicado ao Oscar e cerca de 600 milhões de usuários, o Facebook parece inabalável. No entanto, vai perder relevância dentro de cinco anos, afirma o pesquisador americano Jeffrey Cole, diretor do Centro para o Futuro Digital da Universidade do Sul da Califórnia.
Na avaliação do professor, as pessoas podem até manter seus perfis em redes generalistas como o Facebook. Porém, a tendência é que os internautas busquem redes menores, de nicho, mais identificadas com seus interesses. "Alguns anos atrás, acreditávamos que a tendência seria as pessoas migrarem de um site de relacionamento para outro, mas hoje não imagino o surgimento de outra rede do porte do Facebook", afirma Cole, que concedeu entrevista ao Valor por telefone.
Para o pesquisador, o movimento de ascensão e queda das redes sociais é inevitável. "Quando uma balada se torna famosa demais, cheia demais e todo mundo quer entrar nela, você sabe que chegou a hora de procurar um novo clube noturno. Com os sites de relacionamento é a mesma coisa", compara.
O pesquisador recorda que há alguns anos, nos Estados Unidos, o Friendster foi ofuscado pela chegada do Myspace. Naquele momento, o site causou frisson por sua facilidade para compartilhar músicas e vídeos. Em 2010, o Myspace fez cortes drásticos em sua equipe e quase sumiu. A rede perdeu 10 milhões de usuários apenas em fevereiro deste ano.
Para Cole, o fato de a adesão ao Facebook ter começado pelos brasileiros mais ricos está relacionada ao caráter internacional que tem essa rede social. "Não chega a ser uma surpresa que as classes mais altas e os profissionais com maior escolaridade sejam os primeiros a aderir ao Facebook. São pessoas que têm contatos e amigos em outros países, e que fazem negócios ao redor do mundo", observa. Além disso, até 2008, o site não tinha página em português.
A avaliação do pesquisador é de que o Orkut - pertencente ao Google - está a caminho de se tornar uma rede de nicho. "Vai ser substituído pela maioria dos brasileiros, embora muitos ainda decidam manter suas páginas. O Facebook vai dominar também o mercado brasileiro", afirma.
De acordo com o professor, a rede controlada por Mark Zuckerberg ainda tem espaço para crescer - no Brasil e no mundo - por alguns anos. "Mas, até 2016, também vai começar a retroceder", diz. (TM)

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