20110405

REDES SOCIAIS - Preferências à parte, rivais continuam a crescer no país

A palavra "orkutização" não existe no dicionário, mas uma busca no Google traz 11,4 mil resultados com essa expressão. Em internetês, é sinônimo de popularização. E geralmente vem carregada de preconceito: é usada para qualificar pejorativamente a chegada de pessoas de menor poder aquisitivo ao Facebook e ao Twitter.
Nessas comunidades, não é difícil encontrar comentários de internautas que reclamam da "orkutização" das redes.
A rivalidade fica evidente nas centenas de grupos que exaltam alguma das redes sociais. No Orkut, a comunidade "Fui pro Facebook" reúne 58.895 membros, enquanto outros grupos defendem o site controlado pelo Google. No Facebook, a página "Eu não me lembro que eu tinha Orkut", toda escrita em inglês, recebeu o status de "curtir" 15.523 vezes.
Preferências à parte, o Facebook tem experimentado um crescimento vertiginoso no Brasil: o número de usuários aumentou 258% no ano passado. Em fevereiro, o grupo reunia 17,9 milhões de pessoas. Isso não significa que o Orkut - que acaba de completar sete anos - esteja em declínio. Segundo a empresa de pesquisa comScore, a rede cresceu 28% no país em 2010.
O que ocorre, com frequência, é a duplicação dos perfis nas redes. Em muitos casos, os internautas optam por estar presentes em todas elas. É o caso de Bruna Riquena, 19 anos, moradora de Heliópolis. No computador usado pela adolescente em uma lan house, as páginas do Orkut e do Facebook ficam abertas ao mesmo tempo, enquanto o MSN Messenger salta na tela indicando que alguém mandou uma mensagem. "Eu adoro todas. Gosto de falar com meus amigos e de comentar fotos", diz.
Jéssica Pereira, 20 anos, é adepta do Orkut desde que o site surgiu no Brasil, há sete anos. Ela, porém, entrou no Facebook alguns meses atrás ao perceber que o site pode ajudá-la a fazer novos contatos profissionais. "Estou desempregada e, quando vou procurar trabalho, as empresas pedem para ver minha página no Facebook" diz.
Para Rafael Kiso, sócio-fundador da agência Focusnetworks, as redes sociais não são necessariamente excludentes, embora cada uma delas mantenha suas peculiaridades. Segundo ele, o Facebook tem ferramentas de segmentação mais detalhadas que as do Orkut.
Na prática, isso também influencia o tipo de anúncio publicitário feito nesses sites. "No Facebook, você consegue falar com um publico específico. No Orkut, isso não é possível, mas o público é maior", diz. (TM e GB)

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