20110210

Na hora de decidir, jovens preferem dados à intuição


Eles aprenderam estudar pesquisando na internet e não em livros de bibliotecas. Estão sempre conectados e valorizam a manutenção do networking internacional. Em suas agendas, questões como globalização e sustentabilidade são prioritárias. Na hora de tomar uma decisão, não seguem a intuição pois preferem agir baseados na análise de dados.
Esses são os líderes do futuro. Pelo menos é o que indica pesquisa realizada com mais de 3,6 mil estudantes de administração, de 40 países, incluindo o Brasil. Mais de 80% dos entrevistados estão na faixa entre 20 e 30 anos de idade.
O estudo inédito realizado pela IBM Global Business Services ouviu a opinião dos estudantes sobre questões usadas também em outra pesquisa da consultoria realizada com CEOs. O objetivo era comparar as percepções dos mais novos e dos presidentes sobre os mesmos temas (ver tabela). O levantamento com comandantes incluiu 1,5 mil presidentes, sendo 60 brasileiros. "Pudemos observar que a ordem de prioridades nas agendas é diferente entre os líderes atuais e os futuros. Enquanto os novos colocam a globalização em primeiro lugar, os mais experientes destacam os fatores de mercado", diz Alejandro Padron, diretor de consultoria para varejo e indústria da IBM.
Uma das diferenças interessantes apontada entre os estudos foi em relação aos processos de decisão. "Enquanto os jovens preferem utilizar sua capacidade analítica, os presidentes usam a intuição e tomam decisões com menos informações para poder agir mais rápido", diz Padron. A intimidade dos estudantes com os meios digitais explica essa maior preocupação com a apuração de informações. Os CEOs, por sua vez, têm mais experiência profissional e se sentem mais seguros para decidir com menos dados em mãos.
A nova geração também tem o network no seu DNA, pois está acostumada com o Facebook, o MSN e a ter amigos no mundo todo. "Para eles, é fácil entender intuitivamente que as economias, sociedades, governos e organizações são fruto da interconectividade", diz Padron. Mas, embora os estudantes estejam habituados a lidar com a complexidade, eles dividem com os CEOs a percepção de que o novo ambiente econômico, por ser mais complexo, é também mais desafiador.
Quase metade dos estudantes ressaltam no estudo os benefícios da globalização para os negócios, enquanto 31% dos CEOs concordam que as companhias deveriam se internacionalizar mais para otimizar seus objetivos estratégicos.
Em relação aos consumidores, os futuros líderes prometem ter uma relação diferente do que a praticada hoje. Pelo fato de estarem bem acostumados a consumir on-line, eles têm uma visão mais clara dos direitos do comprador. "Eles valorizam informações precisas e transparentes", afirma Padron. A tendência é que sua gestão dê uma atenção especial à busca de excelência nos serviços. "Muitos viram suas empresas serem responsabilizadas pelas ações de seus fornecedores", diz. Um estudante dos EUA ouvido no estudo diz que "é preciso ter em mente que os efeitos do que uma organização faz se espalham rapidamente pelo mundo". As companhias e pessoas estão cada vez mais conectadas.

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