20150427

Trabalhos rotineiros vêm perdendo espaço na economia dos EUA

Antes da última recessão, cerca de 30% da população americana tinha trabalhos considerados rotineiros, como em fábricas. Esse percentual caiu para cerca de 25% em 2009 e não subiu desde então.

O mercado de trabalho e a classe média dos Estados Unidos foram construídos com base em tarefas de rotina — os trabalhadores iam para as fábricas e escritórios, ocupavam seus lugares na linha de produção ou em suas mesas, realizavam a mesma tarefa repetidas vezes e então voltavam para casa.

Uma nova pesquisa de Henry Siu, da Universidade da Columbia Britânica, e Nir Jaimovich, da Universidade Duke, revela como esse mundo do trabalho rotineiro desmoronou. Os economistas divulgaram recentemente uma pesquisa, publicada pelo centro de estudos centrista democrata Third Way, que mostra que desde 2011, durante as duas últimas recessões e nos períodos de recuperação, o crescimento do número de empregos veio totalmente de trabalhos não rotineiros, como programação de computadores e na área de assistência médica.

A pesquisa mostra um mercado de trabalho dividido em dois, ressaltando o por que a recuperação nos últimos anos tem se mostrado insatisfatória para tantas pessoas. Para os trabalhadores em funções não-rotineiras, o mercado de trabalho entrou em plena recuperação. Já para quem desempenha funções rotineiras, a recuperação mal começou.

A pesquisa sugere que essa pode ser uma nova realidade para a economia americana. Antes dos anos 90, os trabalhos rotineiros rapidamente se recuperavam após as recessões, mas depois das crises no início dos anos 90 e na década seguinte, eles nunca se recuperaram completamente e não há nenhuma garantia de isso vi ocorrer um dia.

Para obter os dados da pesquisa, Siu e Jaimovich dividiram os empregos por tarefas rotineiras e não-rotineiras e por trabalhos cognitivos ou manuais. Exemplos de empregos rotineiros manuais, de acordo com esse sistema de classificação, incluem tarefas físicas e baseadas em regras, como trabalhadores de fábricas que operam máquinas de soldagem ou de prensas de metal, operadores de empilhadeiras ou que fazem reparos em eletrodomésticos. Os trabalhos rotineiros cognitivos incluem tarefas feitas por secretárias, contadores, escriturários ou caixas de banco. Trabalhos manuais não rotineiros incluem, por exemplo, faxineiros e auxiliares de saúde a domicílio. Finalmente, trabalhos cognitivos não rotineiros seriam tarefas com de relações públicas, análise financeira ou programação de computadores.

Antes da última recessão, cerca de 30% da população americana tinha trabalhos considerados rotineiros. Esse percentual caiu para cerca de 25% em 2009 e não subiu desde então.

“Historicamente essas ocupações se recuperavam”, diz Siu. Segundo ele, o fato de recentemente essa recuperação não ter ocorrido “sugere uma surpreendentemente mudança fundamental no comportamento do mercado de trabalho”.

No fim dos anos 80, cerca de 17% da população desempenhavam tarefas rotineiras cognitivas e em torno de 16%, rotineiras manuais. Esses números caíram para 13,5% e 12%, respectivamente.

Siu e Jaimovich não veem razão para essa tendência diminuir. “Muitas das ocupações rotineiras que eram comuns começaram a desaparecer, enquanto outras se tornaram obsoletas”, afirmam. “Isso é porque as tarefas envolvidas nessas ocupações, por sua natureza, são as principais candidatas para serem desempenhadas por novas tecnologias.”

Mas os pesquisadores não integram o grupo de pessimistas em relação ao mercado de trabalho, que teme que os robôs tornarão os humanos obsoletos. A pesquisa desenvolvida por eles revela que a economia continua a gerar empregos, mas com o foco em trabalhos não rotineiros, especialmente cognitivos. Desde o fim da década de 80, tais ocupações incluíram mais de 22 milhões de trabalhadores no mercado.

Nas próximas décadas, será dos seres humanos a tarefa de programas e administrar as máquinas. Muitos mais postos de trabalho têm elementos críticos que são criativos, interpessoais, sociais e persuasivos.

“Esta pesquisa mostra que o capital humano de fato importa”, diz Jim Kessler, vice-presidente sênior de políticas da Third Way.

Ele considera duas respostas políticas como essenciais: primeiro, a melhoria da qualidade e da disponibilidade de faculdades e programas de treinamentos de trabalho com foco na melhora das habilidades da força de trabalho, assim mais pessoas estariam preparadas para esse cenário. Segundo, quando houver uma recessão, a resposta tem que ser agressiva porque o mercado de trabalho não está mais se recuperando por conta própria. Fonte The Wall Estreet Journal

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