20150427

O avanço da internet vai nos ajudar a tomar melhores decisões

No verão do ano passado, em uma viagem de férias com minha família ao Canadá, decidi fazer esqui aquático. Eu estava confiante de que tudo sairia bem. Era um dia lindo, eu sabia como esquiar na água e estava em muito boa forma. Claro que eu conseguiria levantar e sai da água sem problema.

Foi apenas mais tarde, deitado de costas, procurando na internet por sintomas de lesão no tendão, que percebi como eu estava errado.

Sendo um homem com mais de 30 anos, as chances de me machucar seriamente na água gelada eram incrivelmente altas. Uma publicação médica citava o esqui aquático e a montaria em touro como as causas mais comuns para a minha lesão. Um volume enorme de informação estava disponível na internet, apenas não estava na minha frente quando eu precisei.

E o que isso tem a ver com o futuro da internet?

Hoje, a web é como uma biblioteca. Ela contém uma quantidade enorme de informação acessível se soubermos onde procurar. Na maioria das vezes, uma resposta correta depende de fazer a pergunta certa.

A internet de amanhã estará em todos os lugares e em tudo. Ela usará um volume massivo de dados para elevar nossa própria inteligência. E nos ajudará a tomar decisões melhores — desde evitar a interação com medicamentos perigosos para diagnosticar doenças até decidir se o esqui aquático pode não ser a melhor ideia.

O primeiro passo é conectar todos na Terra.

Demorou mais de 45 anos para o telefone entrar para a maioria dos lares americanos. A internet fez isso quase três vezes mais rápido. Ainda sim, 4,4 bilhões de pessoas no mundo ainda não têm acesso à rede.

No futuro, esse número cairá. Atualmente, o Google está desenvolvendo balões de alta altitude para levar a internet para lugares remotos do planeta. No ano passado, a Nasa, a agência espacial americana, e o Instituto de Tecnologia de Massachussetts (MIT, na sigla em inglês) anunciaram o desenvolvimento de lasers capazes de enviar sinais de internet de alta velocidade para a lua. A internet está se tornando cada vez mais democratizada.

Enquanto isso, para quem está conectado, a internet está se tornando uma necessidade básica. Se há uma coisa que sabemos com certeza, é que a internet do futuro estará em toda parte — e quanto mais gente tiver acesso, mais importante ela se tornará.

Segundo, em um futuro não muito distante, a pergunta não será quais dispositivos estão conectados, mas quais não estão.

Os computadores foram os primeiros aparelhos a ficarem on-line. Depois vieram os smartphones. Hoje, estamos começando a ver o esboço de um mundo totalmente conectado, com tudo — de sapatos ao rebanho bovino —, nos fornecendo um fluxo constante de dados.

Mas ainda estamos no início. A firma de pesquisa Gartner Inc. estima que o número de dispositivos conectados em uso atingirá 4,9 bilhões este ano. Até 2020, serão 25 bilhões. Com processadores menores, redes mais amplas e mais fontes de energia, não vai demorar para que tudo ao nosso redor se transforme em um computador, dos nossos fones de ouvido às cadeiras.

Claro que existe um elemento de risco. Os dispositivos conectados nos deixam vulneráveis a possíveis questões de segurança e a invasões da nossa privacidade. Mas se conseguirmos atingir um equilíbrio entre cautela e conveniência, a propagação dos dispositivos conectados terá um profundo impacto na forma em que fazemos quase tudo.

Em terceiro lugar, a internet vai melhorar com relação a transformar dados em informação.

Em 2013, os homens geraram estimados quatro zettabytes de dados. É como se todos os habitantes dos Estados Unidos tirassem fotos digitais em todos os segundos de todos os dias por mais de quatro meses. E essa quantidade está dobrando a cada dois anos.

Mas apenas uma fração desses dados é realmente analisada, empacotada e entregue de forma útil. No futuro, a informação nos será mais útil, permitindo-nos aprender mais sobre nosso comportamento e como melhorá-lo.

Como isso vai acontecer? A nuvem já pode manusear — e analisar— muito mais dados do que qualquer outro dispositivo. E conexões mais rápidas tornarão possível que a nuvem compartilhe esses dados de forma mais eficiente com bilhões de dispositivos.

Finalmente, a internet do futuro deixará de fazer as coisas quando pedimos para fazê-las antes de pedirmos.

Hoje, a maior parte das tecnologias é reativa. Nós fazemos uma pergunta e temos uma resposta em retorno. É útil, mas também limitador. E se eu não fizer a pergunta certa? E se a gente não souber que é preciso primeiramente fazer uma pergunta?

No futuro, mais conversas acontecerão proativamente. No caso de meu acidente de esqui, meu smartphone combinaria as informações existentes — como dados de GPS (no lago, movendo-se rapidamente), meu histórico médico (quatro cirurgias relacionadas a articulações), a temperatura ambiente (frio) e dados de flexibilidade de meu monitor da forma física — para prever que eu estava considerando fazer esqui aquático, calcular as chances de me machucar e me aconselhar a não fazer isso antes mesmo de eu entrar na água.

De muitas formas, a internet do futuro será diferente da internet que conhecemos hoje. Em vez de procurar por ela, a internet estará ao nosso redor. E em vez de extrair dados da rede, seremos alimentados por um fluxo constante de informações analisadas e personalizadas que nos ajudarão a resolver problemas e viver melhor — e viver melhor juntos.

A questão é se nós realmente ouviremos e usaremos essa informação para tomar decisões melhores. Algumas coisas nunca mudam.

Tony Fadell é fundador e diretor-presidente da Nest e ex-vice-presidente para iPod/iPhone na Apple Inc. Fonte The Wall Street Journal.

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