20120406

Crise mundial muda o perfil do diretor financeiro nas empresas | Valor Econômico

A crise mundial está mudando o perfil do diretor financeiro nas empresas, fazendo com que os profissionais da área tenham um papel maior no mapeamento do crescimento das companhias. Segundo um relatório feito pela CFO Reserch Services e a consultoria KPMG, os altos níveis de incerteza e a volatilidade da economia mundial estão tornando as capacidades de análise e gestão de desempenho dos profissionais da área cada vez mais valorizadas dentro das organizações, mas a dificuldade de atrair talentos com as características necessárias ainda é um dos principais desafios encontrados pelas lideranças.
“Depois de focar incessantemente na eficiência e em cortes de custos desde o início da crise financeira, muitos executivos de finanças procuram agora construir sobre esses ganhos,  para auxiliar suas organizações a retomar o crescimento”, explica Pieter van Dijk, sócio da KPMG Brasil. O estudo analisou dados de mais de 400 CFOs da América do Norte e do Sul, Europa, África e Ásia-Pacífico, e entrevistou diretores executivos de grandes organizações para mapear as principais características do perfil e as dificuldades encontradas por profissionais da área no momento atual.
Uma das oportunidades que os executivos de finanças veem para melhorar o desempenho geral da companhia nos próximos anos (53% dos entrevistados consideram uma “grande” chance) é oferecer mais apoio na gestão da linha de negócios. Quase metade (49%) também acha que deve existir apoio para trabalhar mais diretamente o crescimento da empresa, seja de forma orgânica ou por meio de fusões e aquisições.
Segundo o estudo, para lidar com esses aspectos do trabalho, os departamentos financeiros estão apostando em reformulações na composição do capital humano. Alguns exemplos de como isso está acontecendo são a incorporação de mais profissionais com capacidades em estratégia de negócios e habilidades analíticas mais sofisticadas, bem como uma experiência mais operacional, e não apenas financeira. Os CFOs também estão investindo para melhorar os sistemas e processos, com mais ferramentas voltadas para a coleta de dados e inteligência de negócios.
“Ao longo dos últimos anos, a função de finanças passou a dividir as suas atividades em duas áreas distintas: funções de rotina, como contabilidade e emissão de relatórios financeiros, e as funções de alto valor, como projeções e parceria estratégica de negócios”, explica  Pieter van Dijk.
No entanto, a maior parte dos profissionais entrevistados cita a dificuldade de atrair e reter talentos com essas características como um dos principais desafios atualmente, principalmente em países com mercados de trabalho aquecidos como os BRICs. Mais de 75% dos CFOs admitem algum risco de ter o trabalho da área comprometido por problemas relacionados ao capital humano, como falta de capacidade técnica ou dificuldade de manter funcionários.
Fonte Jornal Valor.

Narciso Machado

NCM Business Intelligence

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