20140509

Empreendedores não basta ter ideias é preciso execução

Empresas de economia compartilhada exige não só uma boa ideia, mas execução
Muitos buscam ser o próximo Airbnb, mas morrem tentando.
Algumas empresas novatas da chamada "economia compartilhada" estão crescendo rapidamente entre os usuários, inclusive as que permitem que os consumidores aluguem seus imóveis por temporada, como o Airbnb Inc., ou consigam um carro com motorista, como o Uber Technologies Inc. ou Easy Taxi.

Tanto o Airbnb quanto o Uber são avaliados em bilhões de dólares, um sinal de que os investidores acreditam que o segmento está aquecido, o que também motiva mais empreendedores a adotar esse modelo de negócios.

No MassChallenge, programa sediado em Boston que ajuda empreendedores em estágio inicial, cerca de 9% dos participantes no ano passado estavam criando empresas dessa economia compartilhada, que permite a conexão direta entre consumidores ou empresas a produtos e serviços. Em 2010, o percentual era de 5%.

"Estamos otimistas com relação à economia compartilhada e, com certeza, vamos investir mais nela", diz Sam Altman, diretor-superintendente da Y Combinator, aceleradora de empresas jovens da Califórnia e uma das primeiras a investir no Airbnb.

Mas algumas dezenas de novatas de economia compartilhada já faliram desde 2012. Uma elas foi a BlackJet, um serviço baseado na Flórida que se apresentava como "o Uber para viagens de avião", e a Tutorspree, um serviço de educação em Nova York apelidado de "Airbnb para tutores". A maioria ficou sem recursos, depois de enfrentar dificuldades que vão da formação de uma massa crítica de oferta e demanda até custos operacionais maiores que os previstos.

"Acabamos não sendo capazes de produzir de forma consistente um nível de demanda equivalente ao que precisávamos para conseguir escala rapidamente", diz Aaron Harris, um dos fundadores da Tutorspree, que foi criada em janeiro de 2011 e fechou em agosto do ano passado.

"Se você precisa reconquistar o cliente a cada seis meses, eles acabam esquecendo você", diz Howard Morgan, um dos fundadores do First Round Capital, um dos investidores da BlackJet. "Uma viagem num jato executivo não é algo que você faz todo dia. Se você é muito rico, você tem seu próprio avião." No caso do Uber, ele diz que usou recentemente o serviço três vezes num único dia.

Considere a Ridejoy, uma rede para caronas pagas em carros particulares. No primeiro ano de operação nos Estados Unidos, sua base de usuários cresceu 30% ao mês, com mais de 25.000 motoristas e usuários registrados e cerca de 10.000 corridas realizadas, diz Kalvin Wang, um dos três fundadores da empresa. Mas, no ano passado, a Ridejoy, que levantou US$ 1,3 milhão com investidores na fase inicial, enfrentou uma concorrência feroz de produtos alternativos gratuitos.

Além disso, alguns usuários evitavam a taxa de 10% ao pagar os motoristas em dinheiro em vez de usar o cartão de crédito pelo site ou pelo aplicativo móvel da Ridejoy. Mas mesmo os 25.000 usuários não seriam suficientes para manter o negócio.

Depois de ter fechado, em meados do ano passado, a Ridejoy devolveu aos investidores cerca de metade do que tinha captado, segundo Wang. Alexis Ohanian, um empreendedor de Nova York que investiu na Ridejoy, diz que eles podem ter errado na escolha do momento ou na execução. Ele cita o sucesso, até agora, da Lyft Inc., empresa fundada há dois anos em San Francisco, avaliada em mais de US$ 700 milhões, e que oferece caronas cobradas para pequenos percursos. "Ficou claro que pequenos trajetos é o que o mercado realmente quer", diz Ohanian.

Uma desvantagem é que, como boa parte da receita gerada pelas empresas que seguem o modelo de economia compartilhada vai direto para os fornecedores — de quartos, vagas de estacionamento, veículos e outros ativos que são compartilhados —, a empresa por trás desse negócio pode estar constantemente precisando de recursos.

Alguns empreendedores dizem ter percebido a necessidade de investir pesado no atendimento ao consumidor. A DogVacay.com, fundada há dois anos em Los Angeles, coloca em contato donos de animais de estimação com pessoas que cuidam desses animais. Ela gasta cerca de 50% do orçamento operacional para manter 30 dos seus 52 funcionários dando suporte 24 horas por dia aos clientes, segundo um dos fundadores, Aaron Hirschhorn.

A jovem empresa levantou
US$ 22 milhões de investidores como a Benchmark e a Andreessen Horowitz. Ela permite que os cuidadores estabeleçam as taxas que serão cobradas e fica com 15% desse valor. A DogVacay tem uma apólice de seguro no valor de US$ 3 milhões que cobre até US$ 25.000 em despesas veterinárias para cada animal na casa dos cuidadores.

O modelo de economia compartilhada também pode enfrentar questões regulatórias, como legislações que proíbem que os cidadãos aluguem seus imóveis para terceiros ou a cobrança de dinheiro no caso das caronas.

O serviço do Uber, por exemplo, foi proibido nas cidades americanas de Miami, Portland e Oregon. O Uber e o Airbnb também enfrentam oposição crescente de grupos convencionais do setor, como empresas hoteleiras e motoristas de táxi.

"Há cidades que impuseram, a pedido de representantes de fornecedores do setor de transportes, regulações desfavoráveis ao consumidor com a meta de proteger opções mais caras, lentas e menos confiáveis", diz o porta-voz do Uber, Lane Kasselman. "Esta é uma indústria em desenvolvimento e nós estamos trabalhando com autoridades de governo e comunidades ao redor do mundo para apresentar a eles os benefícios competitivos, econômicos e de segurança da plataforma do Uber", acrescentou.

O Airbnb tem cerca de cinco funcionários dedicados a apresentar a autoridades governamentais como a empresa funciona e a responder a qualquer questionamento que possam ter, diz David Hantman, chefe de políticas públicas globais do Airbnb, empresa fundada em 2008 em San Francisco.

Segundo ele, das 35.000 cidades em que o Airbnb opera, apenas três — San Francisco, Nova York e Barcelona — têm sérias preocupações sobre o seu funcionamento. Ele acrescentou que a empresa está trabalhando junto às autoridades dessas cidades para resolver a questão. Fonte The Wall Street Journal.

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