20140910

PESSOAS ESTÃO DESMOTIVADAS NAS EMPRESAS

Executivos brasileiros admitem que equipes estão desmotivadas.
Quase 80% dos principais dirigentes de grandes empresas do país admitem que têm em suas companhias pessoas que não trabalham com todo seu potencial.

Segundo eles, esse comportamento é um dos principais motivos que leva suas empresas também a não operar com sua capacidade máxima de desempenho.

Esses dados fazem parte de um levantamento feito com 531 representantes do alto escalão das maiores companhias em atividade no país.
"As nossas empresas estão em um momento de 'subdesempenho satisfatório'. Elas não estão quebrando, dão resultado, mas estão longe de seu esplendor", diz a pesquisadora Betania Tanure, PhD, professora da PUC Minas e consultora da BTA.

Para ela, aceitar pessoas acomodadas, que não estão atuando com a motivação necessária, prejudica a saúde da organização no longo prazo.
"A pior doença é aquela que é crônica, que não afeta o curto prazo, mas corrói aos poucos a competitividade."

Para Aguinaldo Diniz Filho, presidente do conselho da companhia Cedro Cachoeira, o problema está além dos muros da organização.
"É preciso lutar contra uma carga tributária asfixiante, a falta de infraestrutura e um ambiente externo bastante complicado", diz.

Ele acredita que entre os antídotos que podem ser usados contra a falta de energia e engajamento dos funcionários estão a transparência, a cobrança clara de objetivos e a pouca complacência quando resultados não são atingidos.
"Pelo menos na indústria de transformação, onde atuamos, é difícil lutar para ter uma empresa competitiva em um país que não é competitivo."

O presidente da Cenibra, Paulo Brant, acredita que para reduzir as deficiências de produtividade nas companhias do país é preciso envolver mais os funcionários com os valores e com a missão da empresa. Embora a gestão de pessoas faça parte do discurso de boa parte dos dirigentes brasileiros como uma questão prioritária, atualmente ela parece estar distante da prática. O estudo mostra que apenas 16% do tempo dos executivos é gasto com isso.
O executivo admite, contudo, que o principal gatilho da motivação é mesmo o desafio.
"Muitas vezes as metas são pouco ousadas, e as coisas não funcionam."

O levantamento revela também que o peso dos resultados econômico-financeiros é maior que o dos valores organizacionais para 38% dos entrevistados.
Brant afirma que a dificuldade que as companhias têm para lidar com a meritocracia é uma questão que preocupa especialmente em relação aos funcionários mais jovens.
"Eles querem ser testados, exercer mais a criatividade e não apenas uma função."

Em sua opinião, muitas companhias estão preocupadas com dificuldades estruturais e conjunturais. Desse modo, estão focadas em reduzir custos e em aumentar a produtividade.
"Existe um esforço nesse sentido, que passa por envolver os funcionários para que eles se sintam mais comprometidos.".

Para Brant, é necessário dividir responsabilidades, mas também oferecer uma remuneração condizente.
O executivo afirma que engajar funcionários é uma tarefa difícil no cenário atual e que isso exige mais atenção dos gestores.

Cristopher Alexander Vlavianos, presidente da Comerc Energia, ressalta que o fato de todos estarem atuando para apagar incêndios faz com que o sentido das ações no longo prazo se perca, o que acaba desmotivando as equipes.
"É preciso entender esse momento pelo qual passamos."

Uma conjuntura de mercado recessivo, segundo Betania Tanure, não é necessariamente ruim para os gestores, pois pode ser usado para "arrumar a casa".
De acordo com a pesquisadora, quando as empresas estavam registrando forte crescimento não havia tempo para exercer uma gestão de qualidade.
"Muita gente foi contratada para acelerar a produção e outros foram promovidos por necessidade, mesmo sem estarem devidamente preparados para isso.
Este é um bom momento para identificar quem forma seu quadro e quais são os melhores."

Aguinaldo Diniz Filho, da Cedro Cachoeira, concorda:
"É preciso expurgar os que não estão funcionando. A vida é assim." Fonte Jornal Valor.

Com sólida experiência na Gestão de Pessoas o consultor Narciso Machado, diretor na NCM Business Intelligence, desenvolve programas de revitalização de empresas a partir das pessoas.
Conheça mais sobre este trabalho nos sites www.ncm.com.br e www.narcisomachado.com.br

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