A suíte Grande Manor House Wing, do hotel Rosewood, em Londres, tem 585 metros quadrados e diária de US$ 41.500.
Ter uma única suíte presidencial espetacular costumava ser o suficiente para hotéis de luxo. Agora, os hotéis estão recebendo hóspedes demais querendo brincar de presidente.
As suítes estão vivendo um boom. Com níveis de ocupação e tarifas crescentes, os hotéis de luxo estão indo muito bem. Um número cada vez maior de visitantes endinheirados percorrendo o mundo — aliado à tendência das viagens em família, com membros de várias gerações — está estimulando uma alta rotatividade nos espaços mais amplos e elegantes dos hotéis.
O Rosewood Hotels & Resorts está aumentando a percentagem de suítes em seus resorts, de cerca de 30% para mais de 40% do total de quartos, por causa da demanda, diz o diretor-superintendente da cadeia, Radha Arora. No Mandarin Oriental, de Barcelona, as suítes têm uma taxa de ocupação de cerca de 80%, superior à taxa dos quartos regulares. Agora, o hotel está adicionando um anexo em que 17 dos 22 novos quartos serão suítes. Já o Peninsula Hotels e a marca de luxo St. Regis, do Starwood Hotels & Resorts Worldwide Inc., estão aumentando o número de suítes à medida que constroem novos hotéis e reformam os já existentes.
A atividade está aumentando até no topo da hierarquia das suítes. Contar apenas com uma suíte grande e uma série de suítes menores já não resolve. Depois que o Maybourne Hotel Group construiu, no seu hotel Connaught, uma suíte de 279 metros quadrados e dois quartos rodeada por uma sacada com vista para o bairro de Mayfair, em Londres, ele não conseguiu mais saciar a demanda pelo cômodo, cuja diária custa US$ 23.900.
"Temos sidos forçados a decepcionar as pessoas" porque está cheio, diz o diretor-presidente do Maybourne, Stephen Alden. Alguns hóspedes acabaram migrando para a concorrência. Por isso, a empresa construiu rapidamente mais duas suítes "temáticas", a Biblioteca e a Terraço. "Faz parte da sustentação do negócio no longo prazo", diz Alden.
Apesar das suítes não serem, em geral, reservadas tão frequentemente quando quartos regulares, elas são geralmente muito rentáveis. Além de diárias de cair o queixo, hóspedes de suítes tendem a ficar mais tempo, voltar com mais frequência e gastar muito dinheiro em tratamentos de spa, serviços de quarto e organização de festas, entre outros.
E agora as pessoas geralmente pagam a diária de tabela. No passado, os hotéis costumavam usar suas melhores suítes como ofertas especiais para grupos que reservam reuniões grandes ou como um incentivo aos clientes mais fiéis.
"Essas suítes precisam ser a galinha dos ovos de ouro", diz Thomas Steinhauer, gerente geral do novo Four Seasons, em Orlando, Flórida. O hotel, previsto para abrir em agosto, terá 68 suítes entre os 444 quartos, incluindo uma suíte real que pode se expandir para um espaço de nove quartos.
Os hotéis de luxo, em geral, já se recuperaram das profundezas da recessão. A taxa de ocupação em hotéis de luxo chegou a 74,6% em 2013, acima dos 63,7% de 2009, segundo dados da STR Inc.
Empresas hoteleiras informam que a demanda por suítes está ligada em parte à preocupação crescente com a privacidade. É cada vez mais comum encontrar andares ou alas inteiras que podem ser bloqueados e acessados separadamente, características cobiçadas por estrelas de Hollywood tentando evitar os paparazzi e famílias que viajam em um grande número de pessoas.
Em fevereiro, o Ritz-Carlton, de Dallas, criou uma nova "ala de privacidade", um espaço de 510 metros quadrados com uma entrada privativa que inclui a suíte superior do hotel, duas suítes menores e dois outros quartos regulares por uma diária de US$ 7.500.
As suítes também estão sendo reinventadas. O estereótipo do cômodo grande com um vasto espaço vazio e candelabros ornamentados está ficando fora de moda.
No passado, "era quase como uma sala de espera da realeza", diz Paul James, líder global de marca para as redes St. Regis, Luxury Collection e W, da Starwood. "Você encontrava muitos dos óbvios sinais de luxo, o dourado, o trabalho de bronze, o mármore." Agora, as suítes maiores "devem fazer você sentir como se estivesse numa casa chique", diz. Isso pode significar a mesma quantidade de espaço, mas usado de forma mais prática, com mais quartos comunicantes, banheiros adicionais e guarda-roupas maiores, acrescenta.
As suítes também estão sendo reconfiguradas com mais flexibilidade, de modo que os hotéis possam adicionar ou subtrair quartos com base na demanda de hóspedes. Isso pode aumentar a ocupação e impedir que suítes grandes demais ou pequenas demais acabem vazias.
De fato, o Rosewood Londres chama suas seis principais suítes de House Suites (algo como suíte-casa, em inglês). A maior delas, a Grande Manor House Wing, tem 585 metros quadrados, uma entrada privativa que dá para a rua, um elevador privado e seu próprio código postal. A suíte, com seis banheiros de mármore, três salas e dois closets, e materiais peculiares, como um teto de crina de cavalo e azulejos de lã de alpaca, custa US$ 41.500 a diária.
Se por um lado serviços adicionais como mordomo e carros do hotel têm sido oferecidos há tempos, hotéis estão adicionando serviços mais elaborados para diferenciar as suítes dos quartos regulares — e para justificar os preços altos. O Las Ventanas al Paraiso, um hotel do Rosewood que fica em San José del Cabo, México, abriu 12 vilas independentes em dezembro, com piscinas e praias privativas pelo preço inicial de US$ 4.500 por noite. Os hóspedes da suíte superior, que logo será inaugurada, serão recebidos com fogos de artifício. Fonte The Wall Street Journal.
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